Amor em tempos de guerra.
A verdade, meus amigos, é que estamos em tempos de guerra. Não presenciei outras épocas. E por isso escrevo apenas sobre esta que vivo. Afinal, um escritor não é atemporal. Apenas suas palavras poderão ser.
Tempos de guerra? Sim. Os dias atuais estão carregados de acusações. Infinitas armas já levantadas. Algumas são nossas. Outras nascem com as opiniões dos outros e a nossa constante preocupação com as mesmas.
Estas armas acusatórias não possuem gênero. São tiros trocados entre todos os lados. Entre todas as formas de amar. Algumas se destacam. São mais frequentes. E perigosas. Não há homem decente neste mundo. As mulheres de hoje só querem casar. Se você conhece uma que não quer, melhor se afastar. Já conheço este tipo de homem, amiga. Já ouvi várias histórias dela, amigo.
Estas armas não são conselhos sinceros e específicos. São dogmas que ameaçam o amor e a sua espontaneidade. Homens e mulheres sempre erraram. E continuarão errando. É a nossa natureza humana. O que nos define é a forma como lidamos com cada erro. As lições que aprendemos. A maturidade que conquistamos.
O moço bonito dos corações despedaçados pode mudar. A moça que aproveitou os anos de faculdade pode agora querer apenas você. Então o que nos mata? As vozes. Nossas e alheias. Nos dizem com quem não devemos estar. Por passados. Que deveriam ser apenas passados. Ou por generalizações. Estas que, infelizmente, já deveriam ser passado também.
No final do dia, para ser feliz, é preciso escutar apenas a voz que vem de dentro de você. Não aquela preocupada com os demais e já carregada de acusações. Mas uma mais simples. Aquela que diz as verdades de um coração. Só assim é possível encontrar, em tempos de guerra, um aconchego de paz.